Reflexões sobre auto-conhecimento e liberdade
Sustentabilidade – Proteja as zebras Email recebido de Arlindo Caio.“Meu avô foi advogado, meu pai é advogado, tranquei a matrícula de direito e estou fazendo…
Sustentabilidade – Proteja as zebras
Email recebido de Arlindo Caio.“Meu avô foi advogado, meu pai é advogado, tranquei a matrícula de direito e estou fazendo Música, apesar de estar gostando muito, noto que meus pais não me olham da mesma forma. Sinto que quebrei a corrente.”
Há muito, as zebras pastam felizes. Se a mãe zebra foi devorada por um leopardo ontem, hoje a filha zebra pasta tranqüila. Carrapatos, alguns espinhos e mosquitos podem chatear um pouco, fora isso a vida passa, ela se reproduz e pasta tranqüila.
Uma ameaça ronda as moitas, o céu escuro no horizonte antecede uma tempestade ela corre para o morro para se proteger e continua a pastar tranquila. Um dia, sem nada de especial e sem motivo aparente, a zebra tem um grande insight e descobre “Nossa, sou uma zebra!”. E este dia que parecia não ser relevante passa a ser o dia mais feliz da vida de uma zebra. Ela descobre que nasceu. Com isso descobre que sua vida é pastar, fugir de ameaças e se reproduzir. Parece simples, mas todas as outras zebras de cabeça baixa apenas pastam. Por sermos humanos muito mais espertos que zebras, nos parece simples demais este “esplêndido” insight (ironia).
Consequentemente o dia mais triste na vida de uma zebra se dá quando ela tem um NOVO insight “Sou uma zebra!”. Descobrir algo tão incrível tem inúmeras conseqüências: “minha vida corre perigo, será que há uma zebrinha linda reservada para mim? A chuva que cai vai deixar o campo verdejante ou vai alagar as pradarias?”. Sou uma zebra e não estou no topo da cadeia alimentar… E por aí vai.
Algumas pessoas são “zebras pensantes”, com os mesmos insights bons e ruins. Estas descobertas acerca de nós mesmos demandam responsabilidades que só descobrimos porque houve o insight. Não é interessante? Somos todos num momento zebras e de repente, levanto a cabeça na multidão enxergo todos e percebo “sou uma zebra!”. Faço as mesmas coisas, tenho os mesmos propósitos, quero as mesmas coisas e resolvo as questões que se apresentam da mesma maneira (trabalho, saúde, relacionamentos…).
Quando tenho o insight “Sou uma zebra”, a felicidade, agora, tem que ter qualidade. Não basta ser feliz simplesmente (enquanto pastava não era assim?). Neste momento não nos basta mais pastar. Depois do insight que felicidade há em pastar e fugir? Levantar a cabeça e descobrir talentos, dons, qualidades sobre você mesmo resulta num engrandecimento que faz valer a pena estar vivo. O preço é que inevitavelmente enredamos em novas questões mais desafiadoras, grandiosas e adultas. Isso, agora, não acaba nunca mais.
Levantar a cabeça não é tão simples. Nada simples. Sendo zebras levantar a cabeça é correr o risco de não ser aceito pelos seus pares. É o risco de deixar de ser amado justamente porque não cumprimos mais com as expectativas (Aquele filme Happy Feet lembra?).
O fato é que quando uma zebra levanta a cabeça, não é mais uma zebra. Por isso é difícil amar e continuar sendo amado por zebras. Agora ela é uma nova referência para outras que ousam olhar para o lado. Um filho pode mudar toda uma família.
Podemos entender como um talento, ou dom, mas não há propósito para alguém que corajosamente enxerga o que os outros não vêem. Resta apenas a tremenda dificuldade de se desvencilhar das antigas referências e se tornar novo modelo. Não há escolha, levantou a cabeça e descobriu que poderia ser diferente é o suficiente. Não tem caminho de volta. Pode até não se fazer questão de buscar respostas que saciem os porquês. Uma coisa é certa: a pergunta “deve ter algo mais, além disso tudo” e não se cala mais.
Deve ter sido num momento assim que alguém imprimiu aquela frase no vidro traseiro do carro: “não me siga, estou perdido”. Outro alguém proferiu: “a ignorância é uma benção”.
Entretanto, não tem mais volta…
O que, enfim, é um momento de certo desespero, vai ao seu tempo encaixando-se na nova realidade. A vida submissa, envolvida em regras sem razão, crenças sem porquês e companhias fúteis acabam perdendo o sentido. Naturalmente vamos encontrando pares que possam nos oferecer e compartilhar o mesmo nível de opinião.
Não é à toa que os pares se encaixam perfeitamente, não é? São pares que constroem um império juntos ou se destroem juntos. Quando um apanha e outro bate, não há consentimento? Se não houvesse a primeira surra seria também a última. Alguém que busca apenas a segurança do dinheiro encontra alguém que só pode dar isso. Não espere atenção, carinho ou realização. Tudo o que ele faz é ter amante e liberar o cartão de crédito.
Isso mostra que a escuridão inicial, que é sair daquele caminho que todos percorrem é encontrar oportunidades que se assemelham a sua nova realidade. Vamos ver onde isso tudo vai dar.
Reflexões através das aulas Junguianas de Marcos de Santis no Instituto Humanae.
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