Impressão 3D – Qual será o impacto dessa tecnologia na sociedade e na produção industrial?
Para o filósofo contemporâneo Vilém Flusser, no livro O Mundo Codificado, o homem pertence àquelas espécies que fabricam algo, designados por ele Homo faber. Quando…
Para o filósofo contemporâneo Vilém Flusser, no livro O Mundo Codificado, o homem pertence àquelas espécies que fabricam algo, designados por ele Homo faber. Quando encontram de hominídeos, geralmente nas proximidades encontram também algum local de produção de artefatos (fábrica) exercida por ele. Pode-se reconhecer o homem por suas fábricas. Para investigar como vivia, pensava, sentia e sofria o homem do neolítico, não há nada mais adequado que estudar detalhadamente as fábricas de cerâmica. Assim, se pesquisa as fábricas para identificar o homem.
Se considerarmos então a história da humanidade como uma história de fabricação, torna-se possível distinguir os seguintes períodos: o das mãos, o das ferramentas, o das máquinas e o dos aparelhos eletrônicos e de tecnologias como a impressão 3D.
A primeira vista, quando pensamos sobre a revolução dos aparelhos eletrônicos, é como se estivéssemos retornando à fase de fabricação anterior às ferramentas. Exatamente como o homem primitivo, que sem mediação alguma apreendia a natureza em suas mãos e, graças a elas, podia fabricar algo, em qualquer hora e lugar.
Essa é a grande tendência, este homem somos nós e graças a tecnologias como a impressora 3D e aparelhos minúsculos, que nos mantém todos conectados com todos onde e quando quisermos, vamos poder nos apropriar das coisas existentes, transformá-las e utilizá-las.
A personalização do design e o desejo de criar e compartilhar é outra grande tendência. O movimento do handmake (feito a mão) que vem sendo incorporado à rotina das pessoas será intensificado ainda mais pela popularização de tecnologias como impressoras 3D, programas e aplicativos que facilitam o processo criativo e sua execução, tornarão possíveis personalizar ainda mais o mundo a nossa volta.
Já existem exemplos dos mais variados, Jay Leno, apresentador americano e fã de carros antigos, usou a impressão 3D para produzir peças para seu Stanley Steamer 1909, um calhambeque movido a vapor. Na Bélgica uma mandíbula artificial foi implantada numa paciente de 83 anos – ela voltou a respirar, falar e comer um dia depois do implante. Dita Von Teese apareceu em Nova York com um vestido todo feito com uma impressora 3D. No Brasil e no mundo a tecnologia tem barateado a produção de protótipos e tornado bem mais barato o processo de desenvolvimento de novos produtos. As possibilidades são infinitas e vão da medicina, à indústria do cinema e da moda.
No Brasil e no mundo a tecnologia tem barateado a produção de protótipos e tornado bem mais barato o processo de desenvolvimento de novos produtos. As possibilidades são infinitas e vão da medicina, à indústria do cinema e da moda.
A mudança no jeito de fabricar
No Blog Outras Palavras, ótima matéria traz a Impressão 3D, como possível manufatura caseira:
“A discussão é tema do livro Makers: The New Industrial Revolution (Realizadores: a nova revolução industrial, em tradução livre; sem edição brasileira), do jornalista Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired. “A ideia de fábrica está mudando”, escreve ele, em seu típico modo empolgado. “Assim como a internet democratizou a invenção em bits, uma nova classe de tecnologias de rápida prototipagem, de impressão 3D e cortadoras a laser, está democratizando a invenção em átomos. Você acha que as últimas duas décadas foram incríveis? Então espere só.” (Anderson se consagrou com livros como A Cauda Longa e Free – Grátis – O Futuro dos Preços, que mastigam macrotendências da internet. (…)
A impressão 3D representa uma fronteira cada vez mais difusa entre bits e átomos. E o melhor é que o foco está menos em excentricidades como “máquina imprime comida” e mais em notícias como a de que a Boeing vai produzir asas de avião em impressoras 3D gigantes. (…)
Mas a revolução da impressão 3D não está em corporações como a Boeing e, sim, nas oportunidades que ela abre para inventores e empresários. A impressão 3D permite que os pequenos “makers” fabriquem coisas que antes só os maiores conseguiam. Uma pequena manufatura pode surgir numa garagem.”
Minha primeira impressão 3D
A convite das empresas Autodesk, Stratasys e Anacom vivenciei minha primeira experiência com a impressão 3D, assunto que venho acompanhando e que está entre as principais macrotendêcias da atualidade.
Criei e desenhei meu primeiro objeto utilizando um software de modelagem 3D de fácil aprendizado, e, ao final, a Stratasys imprimiu e nos enviou nosso projeto personalizado. Veja como foi a experiência:
1) Começamos o Workshop criando um desenho simples no Tinkercad, ferramenta didática da Autodesk bem fácil de usar para a criação de modelos tridimensionais que podem se transformar em objetos reais a partir de impressoras 3D.
O Tickercad é muito fácil de aprender e pode ser usado até pelo celular
O site também se encarrega de ensinar os primeiros passos do processo aos leigos, chegando até a ter instruções sobre projetos mais complexos. Eu mesmo nunca tinha tido contato com este tipo de ferramenta e posso garantir, pelo menos para desenhos simples, é realmente muito fácil para iniciar.
Meu primeiro projeto para a a impressão 3D
2) Projeto criado, agora é só imprimir o modelo, salvo já para este fim, e enviá-lo para que possa ser impresso em 3D.
O modelo impresso pela Stratasys
Uso profissional da técnica aplicada a empresas e indústrias
Além de construir nosso primeiro projeto, no encontro também tivemos oportunidade de conversar com os executivos das três empresas, que estão entre as geradoras de tendências no segmento, eles debateram e demonstraram o uso profissional da técnica aplicada a empresas e indústrias.
Tive um conversa muito produtiva com o Rogerio Braz Quadros da empresa Stratasys. Rogério explicou que no Brasil e no mundo a tecnologia tem barateado a produção de protótipos e tornado bem mais barato o processo de desenvolvimento de novos produtos. As possibilidades são infinitas e vão da medicina, à indústria do cinema e da moda. Designers de produtos para o consumidor, engenheiros da indústria automotiva, laboratórios dentários e inúmeros outros profissionais fazem uso de impressoras 3D.
No Brasil a indústria calçadista está entre as que mais usam impressoras 3D em diversas etapas da produção. Empresas como a Nike também estão na vanguarda e se beneficiam das impressões em 3D. Rogério contou ainda, como a impressão 3D tem facilitado o trabalho de caracterização de personagens em grandes emissoras, que antes tinham que usar moldes de gesso, muitos mais trabalhosos de serem feitos em seus atores.
Sobre a empresas organizadoras do Workshop
Autodesk é líder mundial em software de projeto 3D para entretenimento, recursos naturais, manufatura, engenharia, construção e infraestrutura civil. A empresa é detentora do reconhecido programa AutoCAD entre muitos outros.
A Stratasys é líder mundial em impressão 3D profissional. Transporta os desenhos em CAD 3D da tela para suas mãos, modelos realistas em 3D. Com eles é possível testar o encaixe, a forma e a função. É possível fabricar quantidades pequenas de peças de produção, criar modelos arquitetônicos detalhados etc.
A Anacom é uma tradicional distribuidora de produtos eletroeletrônicos, mecânicos e de simulação que possui uma ampla base de clientes no Brasil e no resto da América Latina.
Por Denise Pitta
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Flor Fernandez e Luana Targino deram adeus ao programa depois de quase três meses de confinamento no reality. A atração está chegando ao fim e essas duas personalidades fortes acabaram batendo na trave, mas infelizmente não foram para o Top 8 e nem para a final. Depois da eliminação dupla, quem você quer que vença? Vote na nossa enquete A Fazenda 16 após a eliminação de Flor e Luana. Queremos saber sua opinião: