Presente virtual de Mila para Leandro: As tribos do OMO
Leandro. Lembro de você. Em uma ou duas festinhas na casa dos queridos Ed e Carlos. Você sempre chega tarde, provavelmente por causa do trabalho….
Leandro.
Lembro de você. Em uma ou duas festinhas na casa dos queridos Ed e Carlos. Você sempre chega tarde, provavelmente por causa do trabalho. Mas sempre lindo, sorrindo, feliz, falante, cheiroso.
Já conversamos. Mas sobre você sei muito pouco. Na verdade, sei nada. Pra te mandar este presente virtual, recorri ao básico. Sei que você é visagista, profissão que admiro profundamente. E sei que você tem um “salão” (de beleza).
Queria te dar algo belo, que tivesse a ver com você. Pra homenagear o que você dá de presente todo dia para todas as pessoas que passam pelas suas mãos. Mãos de olhos que captam o que é verdadeiramente belo.
Escolhi as fotos de Hans Silvester, do livro “Natural Fashion: Tribal Decoration from Africa”. São fotos de uma tribo da Etiópia, país que guarda as mais antigas histórias do mundo.
Espero que você goste e se identifique. Afinal, você sabe: para fazer surgir o belo, basta usar mãos, dedos, olhos, intuição… E coração.
Que você tenha um extraordinário fim de ano. E que 2009 seja tudo aquilo que você desejar (portanto, deseje certo!).
Bubblebeijos!
Mila
As tribos do Omo
Nos confins da Etiópia, distantes séculos da modernidade, Hans Sylvester fotografou, durante seis anos, tribos, onde homens, mulheres, crianças e velhos são gênios de uma arte ancestral.
A seus pés está o rio do Omo; à cavalo estão sobre o triângulo Etiópia-Sudão-Quênia, o grande vale do Rift, que se separa lentamente da África em uma região vulcânica que fornece uma imensa palheta de pigmentos: ocre vermelho, caulim branco, verde revestido, amarelo luminoso ou cinza das cinzas.
Eles têm o gênio da pintura, e seus corpos de dois metros da altura é uma imensa tela. A força de sua arte está em três palavras: os dedos, a velocidade e a liberdade.
Eles desenham com as mãos abertas, com a extremidade das unhas, às vezes com um pedaço de madeira, um colmo, um caule esmagado. Gestos vivos, rápidos, espontâneos, que vão além da infância – movimento essencial que procuram os grandes mestres contemporâneos, quando aprenderam muito e tentam esquecer tudo.
Apenas o desejo de se decorar, seduzir, embelezar se torna um jogo e um prazer permanente. Para eles, é suficiente mergulhar os dedos na argila e, em dois minutos, sobre o peito, os seios, a púbis e as pernas, nascem nada menos que um Miró, um Picasso, um Pollock, um Tàpies, um Klee…
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