História da Páscoa e os seus Significados – A Semana Santa
Em uma das celebrações mais importantes do cristianismo, conheça melhor a História da Páscoa e o seu significado dentro da Semana Santa.
A Semana Santa é uma das tradições mais importantes dentro do cristianismo. Nela se celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, celebrada na Páscoa. Antes de mais nada, não há como entender a História da Páscoa sem conhecermos melhor os seus antecedentes.
Nesse sentido, veja com mais detalhes a história da Semana Santa e o significado da Páscoa e dos seus símbolos.
A Semana Santa
Domingo de Ramos: segundo o evangelho, nesse dia Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento para celebrar a Páscoa Judaica. A população então o clamou como o Messias, o rei de Israel.
Segunda-Feira Santa: dia em que se recorda a prisão de Jesus Cristo.
Terça-Feira Santa: dia em que se celebram as Sete dores da Virgem Maria.
Quarta-Feira Santa: o quarto dia da Semana Santa marca a procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores.
Quinta-Feira Santa: o primeiro dia do Tríduo Pascal, nele se relembra os três gestos de Jesus na Última Ceia: a Instituição da Eucaristia, o Lava-pés e a instituição do sacerdócio. Nesta ocasião Judas Iscariotes sai e entrega Jesus por trinta moedas de prata, fazendo com que ele fosse preso, interrogado e, na sexta-feira pela manhã, açoitado e condenado.
Sexta-Feira Santa / Sexta-Feira da Paixão: dia no qual Jesus é morto. Por conta da sua morte os cristão celebram a Solene Ação Litúrgica, a Paixão de Cristo e a Adoração da Cruz.
Sábado Santo ou Sábado de Aleluia: é o dia da espera, da vigília mais importante para os cristãos, que aguardam junto ao sepulcro a ressurreição de Jesus.
Domingo de Páscoa: o dia da ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa é então seguida por cinquenta dias de vigília até o Domingo de Pentecostes.
O Tríduo Pascal
Do latim “Triduum Paschale”, o Tríduo Pascal representa os três dias que celebram a Paixão, Morte e Ressureição de Cristo.
Os seus rituais incluem, na quinta-feira, a missa de instituição da eucaristia, o lava-pés e a velação ao Cristo crucificado; em seguida, na Sexta-feira Santa, o beijo da cruz; e, por fim, a vigília Pascal no Sábado de Aleluia.
A História da Páscoa: as origens do termo
A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes do cristianismo, mas também do judaismo. O início da sua celebração remonta há muitos séculos.
A palavra “Páscoa” tem origem no termo do latim “Pascae”, mas os gregos também falavam em “Paska”. Entretanto, a origem mais remota pode ser rastreada entre os hebreus que utilizavam o termo “Pesach”, cujo significado é “passagem”.
O Significado da História da Páscoa
No caso do judaismo, a Páscoa simboliza a passagem da escravidão para a liberdade. Portanto, sendo considerada como a “Festa da Libertação” entre os judeus, a data corresponde a liberação do seu povo e o êxodo rumo a Israel.
Já a referência a Jesus Cristo simboliza a passagem “deste mundo para o Pai”, da “morte para a vida”, das “trevas para a luz”.
Acima de tudo, a principal representação religiosa da Páscoa é o desfecho dos três dias que marcam a prisão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Essa é uma das festas móveis do nosso calendário, vindo logo após a Quaresma – Quadragesima, expressão latina que denomina o período de quarenta dias de preparação para a Páscoa.
A História da Páscoa entre os cristãos
Antes de mais nada, os primeiros cristãos passaram a celebrar a ressurreição de Jesus Cristo – quando, após a sua morte, a sua alma voltou a se unir ao seu corpo. O festejo acontecia no domingo seguinte a lua cheia posterior ao equinócio da Primavera (21 de março).
Os cristão então consideraram a semana que antecede a Páscoa como Semana Santa. Esta semana tem início no Domingo de Ramos, que marca a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.
Segundo o Novo Testamento, Cristo é o sacrifício da Páscoa. Nesse sentido, na profecia de São João Batista no Evangelho de São João se diz: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (João, 1:29). Na missa, os católicos repetem a frase de São João Baptista.
Jesus Cristo, desse modo, é tido pelos cristãos como o Cordeiro de Deus que foi imolado para salvação e libertação de todos do pecado.
Para isso, Deus teria designado a sua morte no mesmo dia da Páscoa judaica. Com isso, o seu objetivo era criar o paralelo entre a aliança antiga, no sangue do cordeiro imolado, e a nova aliança, no sangue do próprio Jesus.
O Domingo de Páscoa
Como resultado, a sequência da liturgia para todos os domingos do Ano Cristão dependem da Páscoa. Exceto os domingos do Advento, que acontecem sempre quatro Domingos antes do Natal, não importando se cai no Domingo ou em outro dia da semana.
Como, segundo a tradição cristã sustentada no Novo Testamento, Jesus ressuscitou num Domingo, surgiu a prática de os Cristãos se reunirem aos domingos (literalmente, o Dia do Senhor).
Assim, assumiam uma prática diferente da dos judeus, que guardavam os sábados (sabbath). Posteriormente esta tradição foi modificada por algumas igrejas protestantes, que decidiram retornar ao costume judeu de guardar o sábado.
A História da Páscoa entre os judeus
Entre os judeus, esta data assume um significado muito importante, pois marca o êxodo do seu povo do Egito por volta de 1250 a.C – onde haviam sido escravizados pelos faraós durante vários anos.
Esta história faz parte do Velho Testamento da Bíblia, no Livro do Êxodo. Dessa maneira, a Páscoa judaica também inclui a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, ocasião na qual, liderados por Moises, fugiram do Egito.
Nesta data, os judeus fazem e comem o matza (pão sem fermento) para, assim, lembrar a rápida fuga do Egito, quando não sobrou tempo para fermentar o pão.
Antecedentes
Segundo a Bíblia (Livro do Êxodo), Deus então lançou 10 pragas sobre o Egito. Na última delas (Êxodo cap 12), disse Deus que todos os primogênitos egípcios seriam exterminados (com a passagem do anjo da morte por sobre suas casas), mas os de Israel seriam poupados.
Para isso, o povo de Israel deveria imolar um cordeiro e passar o seu sangue sobre a porta de suas casas. Dessa maneira, Deus passaria por elas sem ferir os seus primogênitos.
Todos os demais primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos prisioneiros.
O episódio causou muito clamor entre os egípcios, o que culminou com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel. Assim, se deu o início do êxodo dos judeus para a Terra Prometida.
A Bíblia judaica institui a celebração da Páscoa em Êxodo 12, 14: “Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra do Senhor: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua“.
As civilizações antigas
Segundo alguns pesquisadores apontam, povos europeus já comemoravam uma festa de passagem das estações do ano há milhares de anos.
Principalmente na região do Mediterrâneo, algumas sociedades, entre elas a grega, festejavam durante o mês de março a passagem do inverno para a primavera. Não por menos esse período era exaltado pela mitologia greco-romana.
Geralmente, esta festa era realizada na primeira lua cheia da época das flores.
Entre os povos da antiguidade, essa época do ano era de extrema importância. Acima de tudo, pois ela estava ligada a maiores chances de sobrevivência em função do rigoroso inverno que castigava a Europa, que dificultava a produção de alimentos. Ela simbolizava, assim, a fertilidade e a fartura.
Adaptação de ritos pagãos
Nesse sentido, outros estudos apontam que vários dos símbolos atuais ligados à Páscoa (especialmente os ovos de chocolate, os ovos coloridos e o coelhinho da Páscoa) são resquícios culturais da festividade de primavera em honra da deusa da fertilidade Ostara (também Ēostre, Eostre ou Ostera), da mitologia nórdica e germânica.
Posteriormente, com a movimentação dos povos do norte da Europa para o Sul, eles foram assimilados às celebrações cristãs da Páscoa, a partir da cristianização dos ritos pagãos germânicos.
Contudo, já os persas, os romanos, os judeus e os armênios tinham o hábito de oferecer e receber ovos coloridos nesta época. Ou seja, os ovos eram antes de mais nada um símbolo da fertilidade associada à primavera.
Símbolos da História da Páscoa
Assim, no equinócio da primavera as pessoas realizavam um ritual no qual os participantes pintavam e decoravam ovos e os escondiam e enterravam em tocas nos campos.
Posteriormente, no principio do primeiro milênio depois de Cristo, a Igreja Católica adoptou esse ritual, fundindo-o com a celebração da Páscoa, que caía na mesma altura.
Seja como for, o ritual da decoração dos ovos de Páscoa continua a ser praticado em diferentes lugares do mundo, justo quando ocorre o equinócio da primavera.
O Ovo de Páscoa: a vida está intimamente ligada ao ovo, que simboliza o nascimento.
O Coelhinho da Páscoa: sendo grandes reprodutores, a sua imagem simboliza a capacidade da Igreja de produzir novos discípulos.
A Cruz da Ressurreição: traduz, ao mesmo tempo, o sofrimento e a ressurreição de Cristo.
O Cordeiro: simboliza o próprio Jesus Cristo, que é o cordeiro de Deus, e se sacrificou em favor de todo o rebanho.
O Pão e o Vinho: na ceia do senhor, Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor. Eles representam, assim, o seu corpo e sangue.
O Círio: é a grande vela que se acende na Aleluia. Ela quer dizer: “Cristo, a luz dos povos”, e a inscrição Alfa e Ômega nela gravadas “Deus é o princípio e o fim de tudo”.
Questões sobre a História da Páscoa
Em uma perspectiva histórica da formação das crenças cristãs, alguns estudiosos apontam que o cristianismo, ao florescer em sociedades marcadas pelo politeísmo e por várias narrativas míticas, acabou incorporando a idéia de imortalidade presente em outras manifestações religiosas.
De acordo com os pesquisadores M. Goguel, C. Guignebert, e A. Loisy, a morte trágica seguida pelo processo de ressurreição vinculada a Jesus em muito se assemelha às histórias de outros deuses como Osíris, Attis e Adônis.
Contudo, outros estudos defendem que a associação entre a Páscoa cristã e outras narrativas mitológicas está equivocada. Afinal, eles consideram que a própria concepção de mundo e da morte e ressurreição dentro das crenças orientais e greco-romanas não podem ser vistas da mesma maneira que no ideário cristão.
O estudioso A. D. Nock aponta para o fato de que, no cristianismo, a crença na veracidade da história bíblica é uma chave fundamental de seu pensamento, sendo ausente dentre a maioria das religiões que coexistiram na Antigüidade.
Por sua vez, interpretações mais vinculadas à cultura judaica e à narrativa Bíblica apontam a Páscoa como uma nova resignificação da festividade de libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. Nessa visão, a libertação do cativeiro, enquanto um episódio de redenção do povo hebreu, se equipararia à renovação do Cristo que concedeu uma nova esperança aos cristãos.
A História da Páscoa na narrativa bíblica
Apesar de a narrativa bíblica afirmar que o episódio da ressurreição se deu perto da festa judaica, a definição do dia da Páscoa causou uma contenda junto aos representantes da Igreja.
No ano de 325, durante o Concílio de Nicéia, houve a primeira tentativa de se estabelecer uma data que desse fim às disputas com respeito ao dia da Páscoa.
Contudo, foi só no século XVI, quando a Igreja adotou o calendário gregoriano, que as dificuldades em precisar a data da Páscoa foi sanada. Desde então, a data ficou estipulada no primeiro domingo após a primeira Lua cheia do Equinócio da Primavera, entre os dias 21 de março e 25 de abril.
Mesmo sendo alvo de tantas confusões e disputas, a Páscoa marca um período de renovação entre os cristãos, onde a morte de Jesus deve ser lembrada com resignação e alegria.
Nesse sentido, traz ao cristãos a renovação de todo um conjunto de valores fundamentais à sua prática religiosa.
Por Rainer Sousa.
Revisado e editado por Mariana Boscariol.
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Fontes: Sua Pesquisa.com , Wikipédia.