O Pretinho Básico – Clássicos da Moda

O pretinho básico é um conceito atraente, que tem arrastado gerações de mulheres para essa peça do guarda-roupa feminino. Todo mundo quando ouve essa expressão…

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O pretinho básico é um conceito atraente, que tem arrastado gerações de mulheres para essa peça do guarda-roupa feminino. Todo mundo quando ouve essa expressão sabe do que se trata: um vestido que é simples o suficiente para aparecer sem esforço, mas elegante o bastante para que a mulher que o usa fique marcada como uma pessoa de bom gosto.

Com essa ambigüidade ele se torna uma das peças mais atraentes e indispensáveis para o público feminino. Ora sedutor ou sóbrio, ora ousado ou modesto, chique ou jovial, é uma das grandes armas em qualquer guarda-roupa.

É tentador atribuir o primeiro pretinho a Chanel, uma vez que ele representa tudo o que a estilista simboliza: modernidade, linhas praticamente aerodinâmicas e uma sensualidade tranqüila e confiante que nem mesmo os vários acessórios poderiam lhe conferir.

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O preto é uma cor carregada de simbolismo – expressões como “coração negro”, “magia negra” e “chantagem” sugerem conotações obscuras. O preto é a cor do pecado e do sobrenatural. Mas é também a cor do ascetismo, usada pelos piedosos e pelos eruditos: padres, freiras, estudiosos, eremitas e advogados, todos eles, tradicionalmente, protegem-se enfarruscados em suas profundezas.

O preto é ideal para criar um ambiente dramático – Hamlet , em geral, aparece representado de preto, assim como as mulheres fatais, tanto dos romances góticos como dos filmes noirs. Onde estaria Gilda, de Rita Hayworth, sem o seu vestido preto, ou, por falar nisso, Mrs. Danvers, a sinistra governanta de Rebeca? Ambas sabiam como tirar partido de um belo vestido preto.

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Hamlet e Horácio, por Eugène Delacroix

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Rebecca – A Mulher Inesquecível (1940), de Alfred Hitchcock

“ O preto é o início de tudo, o ponto de partida, a silhueta, o recipiente – e depois o conteúdo. Sem as suas sombras o seu relevo e a sua proteção, parecer-me-ia que as outras cores não existem. O preto é ao mesmo tempo a soma de todas as cores. É volúvel, cambiante, nunca é o mesmo. Existe um número infinito de tons de preto: o preto suave das roupas transparentes, o preto apagado e triste do crepe de luto, o preto nobre e profundo do veludo, o preto profuso do tafetá ou o preto forte da seda (faille), o preto esvoaçante do cetim, o preto oficial e alegre do verniz. O preto faz que a lã pareça carvão, dá ao algodão um ar rústico e confere aos tecidos novos um toque insinuante.

Não tenho relação com a neve, não gosto de leite, as noivas do meu desfile são coloridas. Só a caiadura deslumbrante das casas típicas do Mediterrâneo me abre o apetite pelo branco. Dou voltas, hipnotizo com os tons dourados e vermelhos. Dizem que essas cores juntamente com o preto são as cores da loucura (por isso, o realizador Ingmar Bergman pretendia uma casa vermelha em Lágrimas e Suspiros).

Deve acrescentar-se que o preto é um pilar do Sul, uma presença calmante, algo evidente: já falei com frequência sobre os matizes subtis do preto (como nos quadros de Frans Hals ou Velázquez), dos hábitos das freiras arlesianas da minha infância, aos quais o sol arranca reflexos diversos – afirmaria até que o preto tem um aroma que se liberta dos tecidos quando expostos ao sol. Podia dizer-se o mesmo do preto do touro, para cuja pele os aficionados entusiastas têm adjetivos poéticos.

Ao contrário do branco, o preto é “penetrável”. Numa pequena mancha preta, há densidade, prazer, um mundo inteiro. E custa resistir ao preto de qualquer outra parte. Tem-se vontade de lhe tocar, de o espalhar com pincéis ou até mesmo com as mãos. O preto é tanto matéria como cor, é tanto luz como sombra (cujo hino supremo Barthes cantou). Não é triste, nem alegre, mas sim allure e elegância, perfeito e indispensável. Tal como a noite, é irresistível. As crianças não deviam temer o preto, porque se o seu mistério as assusta, é porque nele podem obter a resposta aos seus próprios segredos.” ( Christian Lacroix)

Leia também A Camisa Branca – Clássicos da Moda.

Pretinhos eternizados

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1)Gilda , com Rita Hayworth 2) Madame X ( Madame Pierre Gautreau) – pintura de John Singer Sargent, 1884. Metropolitan Museum of Art.

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3)E o Vento Levou – com Vivian Leigh.

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4)Breackfast at Tiffany´s, com Audrey Hapbun.

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5 )e 6) Princesa Diana – Boneca em edição limitada – Frankie Mint Collectible Dolls.

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Fontes:

Pesquisa e trechos do livro – O Pretinho Básico de Nancy Macdonell Smith.

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Boneca Diana Princess:

http://www.cellinifinegifts.com/fmd_princessdiblackdress.htm

Leia também A Camisa Branca – Clássicos da Moda.

Por Leonize Maurílio

(Leonize atua como Compradora de Tecelagem em uma confecção no bairro do Bom Retiro. Desenvolve coleções como estilista free-lance. É formada em Moda pela Universidade Paulista desde 2004. Possui conhecimentos contábeis e administrativos e atuou em empresas de grande e médio porte por mais de 15 anos. E.mail: [email protected] )

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